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Com quantos anos devo fazer check-up geral?

Check-up geral, bateria de exames… não faltam nomes para o conjunto de exames que é pedido quando se querem rastrear doenças antes mesmo de aparecerem sintomas. Mas… será que esses exames de check-up geral são mesmo necessários?

Estamos vivendo uma era de alguns exageros – inclusive, muitas vezes, na solicitação de exames de rastreio, que é o jeito que nós, médicos, chamamos os exames de check-up geral.

Como assim, check-up geral pode fazer mal?

E muito! Toda vez que um exame é divulgado pelas entidades responsáveis por criar os “guias” para exames de rastreio – (sim, existem entidades internacionais e nacionais que se dedicam a reunir informações científicas sobre exames de check-up geral), é porque esse exame passou por diversos estudos para comprovar que a realização dele mudou a vida dos indivíduos na média. Isso porque de pouco ou nada serve um exame que identifica uma doença, mas descobrir ela antes não muda em nada o tratamento. E alguns tratamentos se feitos em doenças que nem levariam a sintomas podem até mesmo fazer mal e até matar! Dessa forma, essas entidades estimulam a realização de testes de rastreio que comprovadamente trazem qualidade e expectativa de vida para as pessoas.

E é daí que surgem os exames de check-up geral que são recomendados pelas entidades! Eles devem ser sempre individualizados, obviamente, porque devem entrar na conta a expectativa aproximada de vida de cada pessoa, outras doenças que a pessoa apresenta e até o histórico familiar! Vamos dar uma olhada nos principais exames de rastreio que têm comprovação científica de benefício e quando devem ser feitos para a população geral?

  • Doenças sexualmente transmissíveis: como o Brasil infelizmente possui uma taxa muito alta de sífilis, hepatites B e C e HIV, você sabia que o Ministério da Saúde recomenda que todos os indivíduos sejam testados regularmente, mesmo quem está em abstinência sexual há anos? Muitas dessas doenças ficam silenciosas por anos, mas têm tratamento, podendo evitar consequências graves que quase sempre aparecem.
  • Câncer de mama: o início da idade de rastreio muda de acordo com cada entidade recomendadora, mas no geral, a maioria das mulheres tem indicação de iniciar os rastreios com mamografia a partir dos 40 anos de idade.
  • Câncer de intestino grosso (câncer de cólon): mesma coisa por aqui – a idade recomendada de início varia, mas no geral, é recomendado o rastreio a partir dos 45 anos de idade, que pode ser feito com colonoscopia a cada 10 anos.
  • Câncer de colo de útero: o câncer de colo de útero deve ser rastreado através do exame preventivo de papanicolau em mulheres a partir dos 25 anos que já iniciaram a atividade sexual.
  • Câncer de pulmão: você sabia que pessoas que fumam há muitos anos ou pararam de fumar nos últimos 15 anos podem rastrear câncer de pulmão através de tomografia de tórax? Apesar de o Ministério da Saúde não recomendar esse rastreio no geral, ele pode ser feito porque a instituição USPSTF (Força tarefa dos Estados Unidos) o recomenda a partir dos 50 anos.

Ou seja: existem, sim, rastreios que podem trazer grande benefício à população geral, reduzindo mortalidade ou sofrimento associado a doenças cujo tratamento precoce muda o cenário. O médico geriatra é capacitado para identificar a necessidade da realização dos exames de check-up geral e conduzi-los, individualizando para cada paciente o que tem potencial benefício de ser investigado! Caso queira saber mais sobre o que faz o geriatra, confira esse post aqui.

Até mais,

Ester

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